sábado, 21 de janeiro de 2012

Consultas de psicologia na PSP aumentaram 13% em 2011

sem nome   O gabinete de psicologia da PSP realizou, em média, 22 consultas por dia em 2011, um aumento de 13 por cento em relação a 2010, sendo os problemas de adaptação e sentimentais as principais queixas dos agentes.

   Em entrevista à agência Lusa, o chefe do gabinete de psicologia da PSP disse que no ano passado este serviço registou 8.118 consultas, mais 948 do que em 2010, quando foram feitas 7.170.

  Para Fernando Passos, o aumento "não é novo", uma vez que as consultas neste serviço de psicologia tem subido nos últimos anos devido ao alargamento do número de locais de atendimento e à sua divulgação.
  "Ao longo dos tempos vamos sendo mais conhecidos e há uma procura mais natural" por parte dos polícias, afirmou, recordando que no ano de abertura do gabinete de psicologia, em 2001, apenas eram dadas consultas na Unidade Especial de Polícia, em Belas, e neste momento há gabinetes em nove comandos da PSP.
   São os agentes e os operacionais que andam na rua os elementos policiais que mais recorrem a este serviço e as queixas apresentadas estão geralmente relacionadas, segundo o responsável, com "perturbações de humor e ansiedade e problemas de adaptação e relacionais".
   "Casamentos ou relações afetivas desfeitas são fatores de perturbações muito recorrentes no caso dos polícias que procuram o gabinete de psicologia", afirmou, adiantando que muitos dos problemas também estão relacionadas com o facto de os agentes estarem deslocados do local de origem.
   Fernando Passos referiu igualmente que o aumento do crime, especialmente o violento, e o degradar das condições de vida têm influência na procura de uma consulta de psicologia.
   "A função policial não é fácil. São pessoas a quem é exigido muito diariamente e com um trabalho por turnos que efetivamente não ajuda", sustentou.
   Porém, realçou, "ninguém integra os quadros da polícia de forma enganadora e sabem quais as exigências", além de serem feitas provas psicológicas e de despistes aos novos agentes e oficiais a meio do curso e no primeiro ano de trabalho.
   Geralmente, os polícias que recorrem ao gabinete de psicologia não têm só uma consulta.
   "Há consultas que se arrastam ao longo do tempo e há outras que num curtíssimo espaço de tempo são capazes de produzir efeito", disse.
   Segundo Fernando Passos, neste momento estão a ter acompanhamento psicológico 1.400 polícias, ou seja, cerca de seis por cento do efetivo.
   Muitos dos agentes chegam a estas consultas através da linha telefónica de apoio que funciona 24 horas e que recebe, em média, 1000 chamadas por ano.
   "Os serviços de psicologia são procurados diariamente através da linha verde, mas o número de telefonemas que corresponde realmente a situações de crise ou de emergência são menores do que o número de chamadas totais", sublinhou.
   Explicou que há uma equipa de dois psicológicos que estão sempre disponíveis para se deslocarem a qualquer ponto do país em caso de situações de crise e de emergência. No local, os técnicos fazem o reencaminhamento para um hospital ou para o gabinete de psicologia.
   "Todos os meses temos deslocações para o exterior"; acrescentou.
   Atualmente, existem gabinetes de psicologia em Belas, Escola Prática de Policia (Torres Novas), Estabelecimento Prisional de Évora e comandos de Lisboa, Porto, Leiria, Santarém, Setúbal, Évora Beja e Faro.
in RTP

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