Num determinado momento, uns iluminados produziram legislação, sob a capa do Governo, e consideraram que o funcionamento e missão da PSP eram comparáveis a qualquer outra Instituição Pública.
Retiraram assim a qualidade de corpo especial do Estado à PSP. Sem desprimor pelos outros sectores, a verdade é que existem diferenças óbvias e o tratamento diferenciado não era mais do que dar a possibilidade à PSP de criar regulamentação específica para as especificidades do serviço. Viemos a saber que alguns ainda teimam em não perceber. A esses sugiro que se levantem da cadeira, vistam o uniforme e sujeitem-se à nobre missão da PSP, à disponibilidade permanente, às ocorrências sob o imprevisto, recebam a ira de alguns, trabalhem nos feriados sem direito a qualquer compensação e talvez no final mudem de opinião. A legislação sobre esta matéria é clara, por causa da especificidade da missão os polícias têm menos direitos que qualquer outro trabalhador. Então como ficamos, a missão da PSP é ou não específica? Decidam-se, mas o tratamento igual ou diferente, terá de ser também para os direitos.
Paulo Rodrigues, Presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia
Crónica semanal no Jornal Correio da Manhã