Muito se
disse sobre a grande manifestação de sábado, quando milhares de portugueses
saíram à rua contra as sufocantes medidas de austeridade. Entre os milhares
estiveram polícias que também sofrem na pele esta austeridade insana que teimam
em impor-nos.
Do outro
lado no terreno, mas juntos em espírito, outros polícias fardados, no
cumprimento da missão que lhes é devida. Cumpriram-na na plenitude, com elogios
dos promotores do evento e de inúmeros cidadãos. No entanto, o que se viu na
opinião publicada, para além das referências à serenidade dos polícias, os
grandes elogios foram… para o ministro da Administração Interna! Nos "sobe
e desce", na "figura do dia" dos media foi o seu rosto que
apareceu.
Daqui
concluímos que quando um polícia faz bem o seu trabalho, para alguns fazedores
de opinião, quem merece as palavras de apreço é a tutela. Quando, porventura,
erra, assume a culpa sozinho e ainda tem direito a alguns insultos. Não são os
elogios que nos movem. Cumprimos a nossa missão com orgulho. Será que quem
pretende fazer opinião pode gabar-se do mesmo?
Por: Paulo Rodrigues, Presidente da
Associação Sindical dos Profissionais da Polícia
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