Esta semana foi aplicada uma pena de prisão efectiva a dois polícias por, supostamente, terem agredido um cidadão.
Não podemos, por princípio, pôr em causa as decisões dos tribunais. Mas nada nos impede, porque também somos cidadãos, de nos indignarmos com a pena aplicada. E esta indignação tem por base as penas que têm sido aplicadas a quem agride, com violência, polícias.
É importante questionarmos quantos foram os condenados a prisão efectiva por terem agredido polícias? Qual a pena aplicada ao agressor do polícia nos Açores, que foi hospitalizado e ficou com marcas para a vida? Desconhecemos qualquer pena de prisão efectiva. Como podemos entender que o bastonário da OA, reagindo à sentença, venha regozijar--se, salientando que na PSP existem casos de torturas e violência gratuita? Porque será que o dr. Marinho Pinto nunca concretiza as acusações? Porque será que nunca comunicou às entidades competentes, se conhece, como afirma, estes casos? Aos responsáveis pela imagem e credibilidade da Justiça em Portugal pede-se mais mas, sobretudo, melhor.
Paulo Rodrigues, Presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia
Crónica semanal no Jornal Correio da Manhã