Hoje, a PSP cumpre mais uma etapa para a história com os seus 144 anos. Mas esta instituição não é mais do que o trabalho e dedicação de homens e mulheres que foram, ao longo destes anos, deixando a sua herança.
Uma instituição que passou, durante este quase século e meio, por várias conjunturas políticas, económicas e sociais, por períodos adversos da sociedade, por contextos de violência, mas que nunca perdeu o sentido de missão ou do dever cumprido.
Com o passar dos anos houve perdas, perdeu-se a motivação, a confiança e mesmo a esperança por parte dos profissionais que todos os dias dão o peito às balas. Uma PSP fustigada pela incompreensão dos políticos, a desconsideração dos Governos e até a desvalorização da hierarquia da PSP, quantas vezes revelando sinais de puro interesse classista. O actual Estatuto Profissional é a prova disso mesmo.
É preciso inverter o rumo, não basta aos responsáveis da PSP pedirem coesão e confiança, é preciso sim transmitirem sinais de diálogo, de justiça, de transparência e de interesse colectivo. Só assim surgirão energias renovadas para que todos os polícias possam fazer ainda mais e ainda melhor, mesmo com todos os constrangimentos que lhes são impostos.
Paulo Rodrigues, Presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia
Crónica semanal no Jornal Correio da Manhã