A segurança interna, nomeadamente a PSP, durante vários anos foi desvalorizada pelos diversos Governos. Investir na segurança era visto como uma despesa desnecessária.
- Os polícias vistos e tratados como profissionais sem valor, desnecessários para o normal funcionamento da sociedade e quantas vezes desrespeitados pelas entidades responsáveis foi o bastante para que a PSP chegasse à triste realidade de contar cêntimos para responder aos pedidos dos cidadãos.
De facto, o Governo vai ter de resolver as avultadas dívidas da PSP, mas também o défice de motivação que reina na Instituição. A verdade é que não existe alternativa, o crime organizado e violento não pára, o risco dos polícias é cada vez maior e o esforço já está para lá do razoável. Apesar de termos noção das dificuldades financeiras do País, o Governo tem de fazer opções e essas são urgentes. O País tem de optar, ou quer uma PSP com condições de dar resposta às situações no âmbito da segurança interna ou simplesmente continua a criar as condições ideais para a privatização da segurança pública.
Paulo Rodrigues, Presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia
Crónica semanal no Jornal Correio da Manhã