sábado, 21 de maio de 2011

Reformas impensadas

         Reorganizar o modelo de segurança interna, para alguns, significa vender ou comprar polícias, desde que o sistema actual seja alterado.

   Seja para melhor ou pior, tudo serve. Uns defendem a unificação das polícias como forma de reduzir a despesa. Será?    Outros põem em causa as competências e profissionalismo de polícias para realçar o seu próprio estatuto, mas ainda há aqueles que garantem que os polícias só têm a ganhar com qualquer reforma. Pena é estes não pensarem que, no actual contexto, todo e qualquer objectivo é reduzir a despesa e os beneficiados não serão certamente os polícias da base da pirâmide. Se reflectirmos sobre o assunto, existem algumas questões que não deveremos descurar. Como pode um País gerir uma super-estrutura policial se não consegue optimizar as existentes? Como podemos pensar numa reforma das Polícias quando ainda se confunde defesa nacional com segurança interna? Apesar de ser favorável às mudanças, parece-me importante que, antes de dar passos, estes sejam meticulosamente pensados e debatidos. Estamos perante áreas como a justiça e a segurança dos cidadãos e das quais resultam os seus direitos, garantias e liberdades. Estará o País preparado para a reforma do modelo de segurança interna?

Paulo Rodrigues, Presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia

cm Crónica semanal no Jornal Correio da Manhã

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