No período difícil em que o país se encontra, as comemorações do Dia de Portugal, relevadas pela tradicional participação das Forças Armadas, têm um significado ainda mais importante.
Comemorações que, pela imagem reflectida das FA no desfile, espelho de imponência, fizeram ressaltar um sentimento de confiança. Não é de estranhar, já que os militares têm assumido, com um elevado nível de competência, as missões que lhes são confiadas.
Percebe-se que as FA não ficam de fora da crise, obrigando as entidades responsáveis a questionar o papel destas no contexto das suas atribuições e o impacto que têm na economia do país. Várias vezes ouvimos alguns responsáveis insurgirem-se contra as reduzidas competências das FA no âmbito da Segurança Interna. Dizem os especialistas que é em alturas de crise que nasce a iniciativa, que se têm as melhores ideias para optimizar as instituições, mas esperamos que esta crise não sirva para justificar más decisões ou servir interesses instalados, até nas FA.
Não é aceitável que, para justificar as FA, se tente envolvê-las na Segurança Interna, já que as missões são bem distintas. Portugal saberá encontrar o melhor caminho, mas seguramente que não o fará confundindo segurança interna com defesa nacional.
Paulo Rodrigues, Presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia
Crónica semanal no Jornal Correio da Manhã