Foi publicado no passado dia 30 de Março o regulamento de continências e honras da PSP. Um diploma que, refere o texto, pretende dignificar e obter um perfeito conhecimento do significado destes actos, factor indispensável ao espírito de disciplina e coesão. Se fizermos uma leitura atenta do documento, percebemos que algumas regras eram desnecessárias no actual contexto da PSP.
Em alguns pontos, este regulamento leva-nos a crer que foi criado para adolescentes, mal formados, indisciplinados e de educação duvidosa, obrigando a PSP a implementar regras de boa educação. Mas se este fere, em alguns pontos, a dignidade dos profissionais de polícia, mais preocupante é a evidente tentativa de impor a subserviência à hierarquia dentro de uma Força de Segurança que se define como moderna. Este não é obviamente o caminho para a coesão ou espírito de disciplina, bem pelo contrário. Percebemos assim o motivo que levou a DN/PSP a criar um diploma sob o maior secretismo, sem ouvir os representantes dos polícias sobre uma matéria que irá regular alguns procedimentos da sua conduta no dia-a-dia.
É esta postura de menosprezo e desconsideração por parte da hierarquia superior que nada contribui para o clima de serenidade, cada vez mais essencial ao normal funcionamento da PSP.
Paulo Rodrigues, Presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia
Crónica semanal no Jornal Correio da Manhã