quarta-feira, 25 de março de 2009

Noticias ASPP/PSP-Porto

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              Esquadra central sem meios para emergências

Redução do efectivo no Paraíso preocupa agentes, moradores e Junta

2009/03/24-INÊS SCHRECK

A esquadra do Paraíso, a mais central do Porto, funciona, desde esta terça-feira, como posto de atendimento. Doze dos 32 efectivos passaram para a esquadra do Campo Lindo, deixando o Paraíso sem capacidade de resposta a emergências.

A mudança, que surge no âmbito de uma reorganização do efectivo da PSP do Porto, está a preocupar moradores e comerciantes da zona, que temem um aumento da criminalidade. Chegaram a fazer um abaixo-assinado contra a decisão do Ministério da Administração Interna, mas de pouco serviu. O presidente da Junta de Freguesia de Santo Ildefonso desconfia que este seja um primeiro passo para o encerramento da 7ª esquadra. "É muito mau para a freguesia e para a cidade", afirma Wilson Faria, que reuniu com o Comando da PSP há cerca de dois meses.

Para "cobrir" as saídas, a esquadra do Paraíso vai acolher alguns agentes que fazem polícia de proximidade, "um trabalho porta-a-porta", que nada tem a ver com o das patrulhas da PSP.

A medida gerou descontentamento entre os polícias do Paraíso, que têm de mudar para uma esquadra com poucas condições, e a certeza de que o centro da cidade ficará mais desprotegido. "Neste processo, como em todos, faltou informação aos agentes e à população", sublinha o presidente da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP).

Paulo Rodrigues questionou o ministro, no passado dia 19, sobre o assunto e recebeu a garantiu de que "a esquadra não vai fechar". Mas face ao número de efectivos passa "obrigatoriamente a ter apenas funções de atendimento", ou seja, fica com o serviço burocrático. Em termos práticos, quando os agentes recebem uma queixa, em vez de accionarem imediatamente os próprios meios (carro-patrulha deixa de estar afecto à esquadra), têm de comunicar à central, via rádio, ou contactar a esquadra mais próxima, explica Paulo Rodrigues.

Para o líder da ASPP , a mudança não trará prejuízos ao nível de segurança para o centro da cidade, "desde que o comando se comprometa a intensificar o policiamento na zona". Paulo Rodrigues entende a necessidade de reorganizar o efectivo da PSP, mas a prioridade devia ser "aumentar o número de agentes" retirando-os de trás das secretárias. Por outro lado, "antes de mudarem as pessoas, deviam melhorar as condições das esquadras. Muitas não têm sequer espaço para os que já lá estão", nota.

Nas ruas que envolvem a 7ª esquadra as opiniões dividem-se. Uns acham importante a presença da esquadra numa zona onde os furtos acontecem diariamente, outros entendem que os ladrões não se inibem com a presença da Polícia. Ainda assim, se pudessem escolher, preferiam uma esquadra a um posto de atendimento da PSP. Por isso, a maioria subscreveu o abaixo-assinado.

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