sábado, 23 de fevereiro de 2013

Braço de ferro


Os protestos que, nos últimos dias, acompanham os membros do governo assumiram contornos de assunto nacional, quando Ministros foram impedidos de falar em público.

Seguiram-se outros protestos e talvez por isso esta situação devesse, em vez de ser desvalorizada, ser devidamente analisada para reorientar algumas decisões políticas.
No meio desta espécie de braço de ferro, estão os Polícias, mais uma vez, numa missão ingrata e de grande responsabilidade.
Importa esclarecer que os polícias têm como missão assegurar a integridade de qualquer cidadão e, também, dos membros de um governo que foi eleito em liberdade. Esta é uma missão que terão de cumprir, mas ela não deverá nunca ser confundida com as decisões de quem está no Governo. Até porque os polícias têm sido tão prejudicados como qualquer cidadão. E também, apesar desta exigente missão, os polícias continuarão a contestar as decisões políticas e estarão na rua sempre que assim o entendam. A defesa dos direitos não deverá comprometer a missão nem limitar a defesa intransigente da dignidade dos polícias.

Por:Paulo Rodrigues, Presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia


domingo, 17 de fevereiro de 2013

Exemplo a seguir


Surgiram notícias sobre elementos da PSP que terão sido demitidos por não reunirem condições para exercer funções na instituição. Alguns comentadores apressaram-se a dar ênfase à situação pelo lado mais negativo, mas mal, pondo de parte o bom trabalho de todos os outros polícias.

São casos pontuais, e algumas das situações prendem-se com elementos que já não estão na PSP ou estão aposentados. Falamos de uma Polícia que se confronta pontualmente com situações negativas, mas que tem sabido tratar de forma exemplar estas situações. Não podemos esquecer que a PSP é uma polícia uniformizada e que, no decorrer da sua missão, está exposta a todos os olhares e que muitas vezes o escrutínio da sua atuação é feito por quem a polícia incomoda. Em bom rigor, a PSP e o seu efetivo só têm de se orgulhar do exemplo de transparência que têm dado à sociedade. Tomara ao País que as atividades e pormenores da gestão interna das instituições do Estado, inclusive algumas organizações políticas, fossem tão divulgadas, comentadas e transparentes como tem acontecido com a PSP.



Por:Paulo Rodrigues, Presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Facilitar sem complicar


Após 12 anos, vai entrar em funcionamento a Plataforma para o Intercâmbio de Informação Criminal. Reconhecemos a importância deste instrumento para o sucesso no combate à criminalidade.

A realidade atual no que diz respeito à segurança impõe que as polícias estejam dotadas de meios que lhes possibilite uma maior capacidade de atuação, não só na parte de investigação como na prevenção do crime. Resta esperar que a plataforma funcione, na prática, como foi apresentada e não aconteça como já sucedeu com outros projetos que, passados meses, ficaram paralisados. Ou que, por falta de meios logísticos ainda que básicos, crie situações de inoperacionalidade.
Esta plataforma tem, entre outros, o objetivo de tornar a partilha de informações mais eficaz entre as polícias, pondo fim à concorrência negativa. Ora, só poderá atingir os fins a que se propõe no combate ao crime se não forem criadas brechas que, em vez de tornar a informação acessível, de acordo com os respetivos níveis de acesso, a todas as polícias, se centralize tendencialmente neste ou naquele OPC. Até porque a informação é para quem dela precisa.
Por:Paulo Rodrigues, Presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Ver para crer


Confrontamo-nos diariamente com a degradação contínua da qualidade de vida dos portugueses. Os cortes na educação, saúde, justiça ou segurança têm sido evidentes e deixado os portugueses em sobressalto. Não é para menos.

Quando olhamos para os sacrifícios que foram feitos, por todos, para construir uma sociedade onde a educação, a justiça, a saúde e a segurança tivessem um papel preponderante na construção de um Portugal mais equilibrado, o presente testemunha um retrocesso constrangedor. Na segurança, o futuro para os polícias não é animador.
Além de sujeitos a todas as medidas de austeridade impostas pelo Governo, ainda são confrontados todos os dias com o drama de quem perdeu o emprego, ou não tem dinheiro para uma consulta, ou foi assaltado, ou não tem como pagar a escola dos filhos.
 Infelizmente, é a realidade com que os polícias se cruzam diariamente. É a missão ingrata dos polícias que gostariam, um dia, de ter como companheiros de patrulha os governantes. Talvez olhassem para a vida com outros olhos.
Por:Paulo Rodrigues, Presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia

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