O Governo apresentou esta semana a demissão, mas se esta decisão teve impacto para o País e na vida dos Portugueses, já no que diz respeito aos polícias esta decisão pouco representa. O que os polícias querem saber é se o Governo vai sair cumprindo a Lei que aprovou, nomeadamente com o Estatuto Profissional, ou quer sair ignorando toda a situação criada, deixando a PSP num problema de difícil resolução.
Deixa, sobretudo, uma factura pesada para os cidadãos no que diz respeito à qualidade da segurança pública que será prestada. Olhando para a actual conjuntura do País, em termos económicos, financeiros e sociais, a PSP precisa de estabilidade interna, essencial ao seu funcionamento, e de um orçamento que responda às necessidades básicas para poder garantir a sua resposta.
Resta-nos esperar que o futuro Director Nacional descreva ao Governo, com realismo, o estado actual da PSP e exija, de forma peremptória, o cumprimento, para todo o efectivo, do Estatuto Profissional, exija que sejam garantidas condições orçamentais para assumir as despesas para com os polícias e para as despesas correntes da Instituição. A actual situação da PSP é caótica e decerto que não será suportável por muito mais tempo. Mas o seu resultado dependerá da responsabilidade do Governo.
Paulo Rodrigues, Presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia
Crónica semanal no Jornal Correio da Manhã


Os polícias têm sentido nos últimos meses os piores atropelos aos seus direitos e à Lei que lhes está aplicada. Um clima de insatisfação que reina internamente e que o Governo não deve desvalorizar. Um sentimento de revolta que compromete tudo, até o bom senso, a razoabilidade e mesmo a responsabilidade de cada um.
Percebemos nos últimos dias que, afinal, Portugal não está a atravessar a crise financeira que se pretende fazer crer. Recentemente, o Governo informava a ASPP/PSP que a conjuntura económica obrigava a um esforço de todos, tentando justificar o orçamento da PSP para 2011, que está a deixar polícias e Polícia numa situação preocupante.
