sexta-feira, 4 de março de 2011

Onde pára a crise?

   Percebemos nos últimos dias que, afinal, Portugal não está a atravessar a crise financeira que se pretende fazer crer. Recentemente, o Governo informava a ASPP/PSP que a conjuntura económica obrigava a um esforço de todos, tentando justificar o orçamento da PSP para 2011, que está a deixar polícias e Polícia numa situação preocupante.

   O incumprimento, na generalidade, do estatuto profissional da PSP, a falta de meios ou o não pagamento do subsídio de fardamento em Fevereiro, foi justificado com a má situação financeira do país. Mas o que o Governo não explica são as despesas astronómicas, ou os acordos no mínimo duvidosos com a gestão do património e equipamento da PSP. Será aceitável a PSP possuir mais de 20 edifícios alugados, muitos a particulares, com rendas mensais que chegam aos 225 000 euros? Ou que esteja sujeita ao pagamento de mais de 100 euros mensais por cada unidade dos milhares de emissores-receptores de comunicações ao serviço na instituição? O que afinal está em crise é a competência e responsabilidade daqueles que estão a gerir as contas de Portugal. O que vai entrar brevemente em crise são os argumentos do Governo para explicar o modelo de gestão despesista que tem envolvido o País .

Paulo Rodrigues, Presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia

clip_image002 Crónica semanal no Jornal Correio da Manhã

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