A questão da segurança pública e do trabalho das polícias tem sido desde há algum tempo um tema em debate permanente. Se a polícia resolve com sucesso uma determinada ocorrência, existe de imediato uma tendência para encontrar defeitos à forma como se conseguiu o resultado.
Se a polícia para resolver uma determinada situação é obrigada a usar a força física dentro do estritamente necessário, vêm logo uma série de entidades criticar a actuação da polícia e exigir explicações, desvalorizando o crime e desresponsabilizando o criminoso. Há uma série de figuras públicas que têm por tradição tomar posição contra a actuação da polícia, seja esta correcta ou não, vitimizando sempre os criminosos. Esta concepção leva-nos a acreditar que em Portugal existe o cidadão comum, o cidadão polícia e o cidadão que passa de criminoso a vítima.
Um conceito que deverá ser repensado, até porque é nesta dificuldade de equilíbrio que se encontram os condicionalismos à actuação da polícia. É importante não esquecer que a Polícia está ao serviço do cidadão, combatendo a criminalidade e os seus autores. Como é evidente, não pretendo defender a violência, até porque em qualquer situação a vida humana deve sempre ser tratada com dignidade, independentemente da situação, inclusive a vida do polícia.
Paulo Rodrigues, Presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia
Crónica semanal no Jornal Correio da Manhã