Em 2005, o Governo fez alterações ao Serviço de Assistência da Doença na PSP, SAD/PSP.
Retirou os cônjuges do sistema, reduziu as comparticipações do Estado e aumentou a contribuição dos polícias. O argumento do MAI foi claro: reduzir as despesas com o serviço.
O MAI não se preocupou em responsabilizar aqueles que não souberam gerir o serviço, resultando em aumento da despesa, mas aproveitou para reduzir o direito a todo o efetivo. Mesmo assim, o MAI assumiu que a qualidade na prestação destes serviços iria melhorar e consolidaria a saúde financeira do SAD/PSP. Os polícias já se habituaram às boas intenções do Governo, que raramente se refletem na prática e mais uma vez o compromisso resultou no seu contrário.
Os polícias têm neste momento um serviço de pior qualidade, menos vantajoso e em piores condições. É lamentável que os médicos que trabalham para a PSP estejam meses à espera de receberem o seu vencimento, ou que sejam os mesmos a comprar material para poder dar consultas com o mínimo de dignidade. Esta situação já levou à rescisão de contratos com a PSP por parte dos médicos. Mas se esta situação é preocupante, pior é o facto de sabermos que a verba destinada para estes serviços para 2011 não é suficiente para saldar a dívida de 2010.
Paulo Rodrigues, Presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia
Crónica semanal no Jornal Correio da Manhã