Por José Pedro Pinto - ljcc06050@icicom.up.pt
Publicado: 12.05.2009 | 15:24 (GMT)
Indicação é dada ao JPN pelo presidente da distrital da ASPP-PSP do Porto. Paulo Santos admite, contudo, que a patrulha diária aos bairros sociais não é "suficiente", assim como os próprios meios das autoridades.
No sentido de prevenir e até antecipar potenciais focos de conflito nos bairros sociais da cidade do Porto, as autoridades policiais devem tentar ao máximo efectuar um "policiamento incisivo e regular", para além de "presença assídua" nestes locais.
As afirmações partem de Paulo Santos, presidente do núcleo distrital do Porto da Associação Sindical de Profissionais de Polícia (ASPP-PSP) numa altura em que o cenário de crispação social entre moradores e polícias continua a marcar o dia-a-dia- no Bairro da Bela Vista, em Setúbal.
Para Paulo Santos, a Polícia de Segurança Pública (PSP) está "sempre preparada para fazer um bom trabalho em qualquer parte do país". Ainda assim, o responsável acredita que "é necessário alterar o modo de actuação das autoridades para prevenir problemas e antecipar potenciais focos de conflito" nos bairros sociais portuenses.
"O policiamento não deve passar somente pelas situações pontuais que surgem", entende o líder da distrital do Porto da ASPP-PSP, já que "é necessário um policiamento incisivo e uma presença assídua". "Não se pode menosprezar o policiamento normal do dia-a-dia que poderá prevenir e evitar que as situações cheguem a patamares de conflito", remata.
Policiamento nos bairros do Porto
Em caso de distúrbios graves em bairros sociais da cidade, Paulo Santos considera que a PSP-Porto está "preparada" para uma resposta eficaz e controlada dos tumultos que se possam vir a registar nos pontos mais críticos - "Aleixo e Cerco, entre outros", identifica o sindicalista - já que se verifica uma "presença assídua de unidades especiais" nesses bairros. Segundo o presidente do núcleo distrital do Porto da ASPP-PSP, este é um dispositivo "adequado ao contexto actual" da cidade, salvaguardando a ordem social.
Ainda assim, Paulo Santos revela que a patrulha diária aos bairros sociais não é "suficiente", assim como os próprios meios das autoridades: "Tendo em conta a realidade, o policiamento que é feito diariamente nestes bairros não é suficiente tendo em conta o que os elementos têm a nível de meios e também porque o efectivo policial não é o minimamente necessário para fazer um policiamento preventivo".
Resolução do problema passa por "medidas em conjunto" com outras áreas de actuação
Se uma vigilância mais apertada por parte das autoridades policiais pode ajudar a prevenir alguns conflitos no seio dos bairros sociais, Paulo Santos crê também que essa não é a única medida que deve ser aplicada.
Com efeito, sublinha o sindicalista, o problema é "um pouco mais transversal a uma simples situação relacionada com a polícia", sendo necessário repensar políticas de urbanismo e de inclusão social, com a celeuma causada com várias etnias e raças reunidas, em muitos casos, num só bairro.
"Há problemas de urbanismo que têm que ser levados em conta, situações em que se junta muita gente num só bairro, com pessoas de vária ordem que frequentam esses locais", diz, concluindo que "teriam que ser tomadas medidas em conjunto com áreas que não só a área da segurança"