Escrevo estas palavras com alguma reserva, mas também expectativa e não pretendo que sejam entendidas como inocentes, nem tão pouco conflituosas.
Refiro-me a uma avaliação, antecedida de vários contactos, conversas, visitas, observação de comportamentos, atitudes e predisposição, num universo de elementos policiais de todas as classes, de vários serviços e locais.
Uma constante… a critica, este exercício, quase sempre vazio de fundamento ou razão, já atinge um traço cultural da sociedade portuguesa… também reflectido na Instituição PSP.
Esta critica advém, a maioria das vezes, da falta de informação ou desinteresse dos elementos policiais, relativo à sua condição profissional, direitos e deveres, exercício de cidadania e consequente incapacidade reivindicativa.
Poderá aliar-se esta realidade a um olhar autista, individualista, competitivo, por parte dos elementos policiais que secundarizam valores de solidariedade, união e coesão, esses sim, impulsionadores de capacidade reivindicativa.
Com estas características, apenas se promove o afastamento da realidade, o equivoco, a desinformação, a desconfiança com a respectiva critica… sim, a famosa critica…
Caros colegas, acreditem que, muito tem sido feito por parte de alguns que prescindem daquilo que todos gostam, descanso, família, lazer…
Acreditem também que, a transformação da Instituição PSP, embora não pareça notória, porque é dado adquirido, foi-se sentindo, tanto em termos sócio-profissionais, como no relacionamento hierárquico, na liberdade de expressão, de opinião…
Também reconheço que, o passado recente e o presente, evidenciaram e evidenciam dificuldades, alterações penalizadoras, retrocessos, no entanto, para contrariar esses atentados, temos de identificar os responsáveis, unir esforços e sustentar com coesão as estruturas com capacidade reivindicativa e representatividade.
No dia 21 de Maio encontra-se agendada uma grande manifestação de Polícias, motivada, para além dos atropelos à dignidade dos profissionais de Polícia, por mais um impulso da ASPP/PSP, enquanto mais representativa estrutura sindical, atenta e responsável, a qual surge num contexto desfavorável para os profissionais e relevante para um futuro indefinido. A este impulso, associaram-se os outros sindicatos, evidenciando uma união responsável, inteligente e coesa, contra um projecto de estatuto penalizador para os profissionais da PSP.
Neste pressuposto, é esta manifestação, digna de uma presença em massa, solidária e incisiva, preparatória de outras possibilidades reivindicativas.
É também, um teste a todos os críticos e conformistas, para que se redimam da inércia, e para que, esses também, possam ajudar-se a si próprios e desempenhar o seu papel enquanto pilares de sustentação da estrutura que tanto criticam…
Dia 21 de Maio, aponta o teu dedo a quem te penaliza e não a quem te defende…
Ajuda a mudar, perde uma tarde, dá o teu contributo…
Paulo Santos
Presidente da Direcção Distrital do Porto da ASPP/PSP