Mais uma vez, os trabalhadores da Administração Pública, onde se incluem os profissionais da PSP, vão ser os bodes expiatórios do tão apregoado combate ao défice. Por outras palavras, o Governo sacrifica os mesmos para tentar colmatar os erros que o próprio cometeu.
Está na altura de o Governo repensar as suas opções, assumindo que tem efectuado políticas erradas para o combate à despesa, castigando os funcionários públicos. É uma reedição de políticas economicistas e desajustadas da realidade do País. Convém relembrar que, entre 2000 e 2009, os profissionais da PSP perderam poder de compra na ordem dos 9%.
Contribuiu para este cenário, entre outros, o congelamento dos salários e das progressões nas carreiras, bem como a comparticipação de 1,5% para o Serviço de Assistência na Doença da PSP. O facto é que, no caso dos polícias, apesar da exclusão dos cônjuges do SAD/PSP e do aumento da contribuição, confrontamo-nos com mais problemas e com pior prestação do serviço. O mesmo acontece com os sacrifícios impostos pelo Governo, através dos congelamentos salariais: temos hoje um maior défice e maiores problemas no País.
Paulo Rodrigues, Presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia
Crónica semanal no Jornal Correio da Manhã