Januário Torgal Ferreira, apelou ainda à «repartição equitativa» do capital público
O bispo das Forças Armadas e de Segurança, Januário Torgal Ferreira, apelou esta quarta-feira à «repartição equitativa» do capital público, defendendo o diálogo entre o Estado e as forças de segurança para evitar a contestação nas ruas, escreve a Lusa.
«Sem contar os buracos medonhos que a gente tem conhecido nos últimos tempos, pelos vistos ainda vai havendo dinheiro em determinados sectores. Então porque é que não há uma repartição equitativa, porque não há uma repartição igual?», questionou.
«O que é preciso é que estes homens e mulheres sejam ouvidos e se lhes diga, como os políticos costumam parafrasear, "olhos nos olhos", se têm razão ou não, como um professor que não deve ter receio de dizer a um aluno que ontem teve razão e hoje não», sublinhou.
Para o bispo, esse diálogo «sereno e inteligente» entre o Estado e as forças de segurança pode levar à conclusão que «não há subida ou progressão porque não há dinheiro».
O bispo das Forças Armadas e de Segurança falava aos jornalistas em Portalegre, à margem da cerimónia de administração do sacramento de iniciação cristã dos instruendos do curso de formação de guardas, que decorreu na sé catedral daquela cidade alentejana.
O bispo das Forças Armadas e de Segurança fez ainda questão de sublinhar aos jornalistas que os problemas sociais nas forças de segurança não devem ser «silenciados», nem «iludidos».
«Não vale a pena iludi-los, não vale a pena silenciá-los, escondê-los», salientou.
Durante a cerimónia dos 401 instruendos do curso de formação de praças da GNR foram crismados 45 e outros 11 foram baptizados. O compromisso de honra para estes jovens está agendado para o dia 14 de Outubro, em Portalegre.
Entretanto, profissionais dos serviços e forças de segurança realizam hoje o «passeio da indignação» junto à Assembleia da República, em Lisboa, para exigirem ao Governo a colocação nas novas tabelas remuneratórias, em vigor desde 2010.
Convocada pela Comissão Coordenadora Permanente (CCP) dos Sindicatos e Associações dos Profissionais das Forças e Serviços de Segurança, a «Semana da Indignação dos Polícias» começou na última quarta-feira e termina hoje com a concentração.
A principal reivindicação está no incumprimento da aplicação das novas tabelas remuneratórias na PSP e na GNR, tendo em conta que há profissionais que já foram colocados nos novos índices remuneratórios em 2010 e outros, a maioria, ainda não transitaram.