segunda-feira, 1 de março de 2010

Sindicato diz que obras nas esquadras são a conta-gotas

Diário de Notícias

01 Março 2010

Sindicato diz que obras nas esquadras são a conta-gotas

    Apesar do investimento que tem sido feito nas esquadras da PSP do Porto, consideradas num estudo, em 2006, como das piores do País em termos de instalações, continuam a verificar-se lacunas. A esquadra das Antas sofreu há dias uma inundação devido à chuva forte, o que leva Paulo Rodrigues, presidente da ASPP/PSP (Associação Sindical dos Profissionais da Polícia), a contestar as obras de beneficiação que têm sido feitas a conta-gotas e consoante a venda de património do Ministério da Administração Interna (MAI).

    "Reconhecemos que certas situações foram corrigidas. Casos graves como a esquadra do Lagarteiro foram resolvidos, mas ainda há muitas esquadras em más condições, e o que vemos é que as medidas foram anunciadas há já bastante tempo, mas as obras de beneficiação são lentas", afirmou Paulo Rodrigues ao DN. A 6.ª Esquadra da PSP, nas Antas, sofreu obras de beneficiação aquando o Europeu de Futebol em 2004, mas pouco depois começaram os problemas. "Foi tudo feito à pressa em função de um evento e não se resolveram os problemas de raiz das instalações", refere o responsável da ASPP/PSP. Faz hoje uma semana, a chuva entrou com toda a violência pela cave do edifício, onde ficam os vestiários, os balneários e os gabinetes da esquadra de investigação criminal. Tal como em Invernos passados, os efectivos tiveram de se socorrer de bancos para guardar os seus bens e documentação na zona mais alta de armários e cacifos.

    Paulo Rodrigues diz que os problemas com inundações nesta esquadra, e onde se "gastaram milhares de euros", são recorrentes e já foram feitas várias exposições ao Comando Metropolitano da PSP sem qualquer resultado. "O problema é que o investimento nas esquadras tem sido feito a conta-gotas e dependente da venda de património do Estado", explica o presidente da associação. Como o mercado imobiliário atravessa uma crise grande, "não se vende e não há dinheiro para investir". As esquadras com piores instalações são as do Infante, na Ribeira, a da Foz e a da Bela Vista. Em Janeiro, 12 detidos queixaram-se das instalações por, na Bela Vista, terem passado o fim-de-semana até serem presentes ao juiz. "E nem estavam na ala com piores condições", diz Paulo Rodrigues.

In DN

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