sábado, 21 de agosto de 2010

O imbróglio da farda

PR3

    Nos últimos anos, a PSP esteve muito aquém do desejável no que respeita ao fardamento. A não actualização dos modelos de fardamento à nova realidade, aliada à falta de adaptação às necessidades dos diversos serviços e condições climatéricas, trouxe enormes confusões.

     Mas se a Instituição sofria, mais sofriam os polícias, que continuavam a ser obrigados, com cinco euros por mês, a comprar o seu uniforme composto por dezenas de peças de vestuário, a preços não equilibrados com a qualidade. O Governo aumentou esse valor que, apesar de não satisfazer as necessidades, já é um passo importante. Mas se os polícias pensavam que tinham parte do problema resolvido, enganaram-se, pois, por imposição da DN da PSP ao MAI, vai ser criado um fundo de fardamento.

     Ou seja, os polícias não vão ver um único euro. Em vez de optar pela simplificação, como acontece na Guarda Prisional, que atribui o valor a cada profissional para que o possa gerir com esse fim, cria um departamento para a gestão dessa verba, composto por dezenas de polícias, retirando-os do serviço de polícia. Pergunto-me o porquê de tanta insistência da DN/PSP para a criação deste fundo que reúne as verbas de mais de 20 000 polícias? A bem dizer, mudou a farda mas o imbróglio é o mesmo.

Paulo Rodrigues, Presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia

cm Crónica semanal no Jornal Correio da Manhã

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