sábado, 23 de outubro de 2010

O caminho do conflito


A   o longo dos últimos anos, temos assistido a profundas mudanças na PSP. Se algumas delas beneficiaram a Polícia, outras criaram fragilidades e desequilíbrios internos preocupantes.
 

       O espírito de entreajuda, a coesão, o bom ambiente que existia anos atrás entre o efectivo e que realçava a imagem de corporativismo positivo, relevante para o funcionamento desta Polícia, têm sido destruídos pelas políticas implementadas pelo Governo mas também pelas más opções da PSP.

       Exemplo disso foi a desvalorização e o desrespeito pelo tempo de serviço do efectivo, com a aprovação do estatuto profissional em 1999, ao ponto de colocar no mesmo escalão profissionais com diferenças de tempo de serviço de mais de 10 anos. Mas se não bastasse, com as alterações ao actual estatuto essa questão foi ainda agravada. A ASPP/PSP apresentou propostas para que os polícias fossem colocados nos níveis remuneratórios com espaços de tempo de 5 em 5 anos.

       Um modelo que corrigia o passado e reporia justiça para o futuro. Numa força de segurança com uma estrutura hierárquica rígida, desvalorizar o tempo de serviço é menosprezar a experiência e desmembrar uma organização condenada ao conflito interno e ao divisionismo. Mas pode o MAI acreditar que a ASPP/PSP lutará até que esta justiça seja reposta, nem que para isso tenha de recorrer à via judicial.


Paulo Rodrigues, Presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia

cm Crónica semanal no Jornal Correio da Manhã

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