Há uns anos, víamos os sindicatos reivindicarem, de forma justa, mais direitos para os profissionais dos sectores que representavam, e, nessa altura, era impensável que um dia os sindicatos viriam a exigir ao governo que cumprisse a lei.
Como podemos acreditar no futuro de um País quando um governo aprova as leis contra a vontade dos cidadãos e é o próprio que, logo de seguida, as menospreza, conforme aconteceu com a não colocação do efectivo da PSP na nova tabela remuneratória?
Como podem pedir aos polícias que fiscalizem o cumprimento das leis quando o próprio governo as desvaloriza? Que futuro terá um País quando a tutela destrói, pouco a pouco, os principais pilares da democracia, nomeadamente a segurança e a justiça? Como pode sobreviver uma instituição como a PSP quando os polícias são sujeitos, diariamente, à instabilidade interna constante na sua vida socioprofissional? É por tudo isto que a ASPP/PSP, com as armas que possui, continua a luta pelos profissionais mas também pela segurança dos cidadãos. Foi nesse sentido que agendou acções distritais por todo o País durante os meses de Fevereiro e Março, enquanto as questões estatutárias não forem resolvidas, dando conhecimento à população das ilegalidades e injustiças que este governo tem cometido contra os polícias.
Paulo Rodrigues, Presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia
Crónica semanal no Jornal Correio da Manhã