sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Polícias esperam há meses pelo dinheiro da Metro

Sindicato denuncia "atrasos crónicos". Também o S. João e discotecas demoram a saldar dívidas à PSP

   Polícias que prestam serviços no metro do Porto, no Hospital de São João, em várias discotecas e em recintos desportivos estão sem receber há vários meses. A denúncia é da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia. A a situação é "crónica", acrescenta.

Polícias esperam há meses pelo dinheiro da Metro

   No Porto, cerca de 1500 elementos da PSP prestam serviços remunerados (50% do efectivo). Actualmente, encontra-se em atraso um valor de 700 euros por cada elemento da Polícia , já incluindo os serviços do passado mês de Dezembro.

foto Arquivo JN

   No total, contabiliza o presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP), Paulo Rodrigues, a dívida por pagamentos em atraso aos profissionais que fazem serviços gratificados ascende a um milhão de euros.     

   Entidades como a Metro, Hospital de São João, discotecas  e clubes de futebol acumulam  atrasos no pagamento das remunerações que ultrapassam os quatro meses. "O caso da Metro é já crónico. A situação é recorrente. Desde o início da circulação do metro que acontece  frequentemente o problema de falta de pagamento aos polícias", disse Paulo Rodrigues.

   Ao que o JN conseguiu apurar, diariamente os agentes da Polícia  cumprem cinco turnos no metro (o primeiro inicia-se às 6 horas e o último termina às duas da manhã), totalizando a presença  de 35  elementos (cinco chefes no posto de controlo de Guifões e outros 30 agentes distribuídos por três linhas).

   Em locais de obras da responsabilidade da Metro do Porto há também "remunerados pontuais", para efectuarem a regularização do trânsito.

   No entanto, ainda segundo apurámos, a Empresa do Metro estará já a reduzir os pedidos à PSP. Por exemplo, na Divisão de Matosinhos, que assegurava patrulha naquela cidade e na Senhora da Hora, já não é requisitado qualquer elemento há algum tempo.

Uma redução que se estenderá a quase todas as linhas da rede, à excepção da nova Linha Laranja (ligação a Gondomar).

   Fonte da Metro do Porto confirmou, ao JN, que existe "uma factura que tem uns meses de atraso referente a policiamento na rede", mas garantiu que a verba  será paga "em breve". Já  fonte do Hospital de S. João garantiu que "os pagamentos de serviços prestados pela Polícia estão em dia".

   Paulo Rodrigues observa que grande parte da dívida advém do Ministério da Administração Interna, por serviços prestados pelos polícias nos jogos de futebol das camadas jovens, que não são pagos desde Maio.

   Já os pagamentos aos agentes relativos aos  jogos que não são da responsabilidade do Ministério da Administração Interna, como os dos clubes da segunda e terceiras divisões, assim como os distritais, estão em dia.

  O que não quer dizer que os grandes clubes de futebol se livram dos calotes. Segundo a ASSP, a segurança do autocarro do Benfica, aquando da deslocação ao Norte  em Setembro e Novembro, está ainda por pagar. 

Para Paulo Rodrigues, esta situação "de sufoco" para muitos agragados familiares poderia ser evitada se "o  Ministério da Administração Interna criasse uma bolsa com um fundo para ser usado para o pagamento dos operacionais sempre que as empresas falhassem".

O dirigente sindical lamenta que grande parte dos atrasos no pagamento dos serviços prestados pelos agentes ultrapasse os quatro meses.

in jn JN de 21/01/2011

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