sábado, 15 de janeiro de 2011

O apelo ao esforço

Paulo Rodrigues

   Na semana passada, um comentador político, em reacção às acções desenvolvidas pela ASPP/ /PSP, disse que o País precisa do contributo de todos para superar as dificuldades financeiras, inclusive do patriotismo dos polícias. Os polícias são patriotas e já o demonstraram várias vezes, seja em situações de alto risco, seja na segurança a eventos de grande relevo.

   O que os polícias não são é patriotas hipócritas. Se o governo quer unir os portugueses na luta contra o défice deve em primeiro lugar demonstrar, através de mecanismos que reflitam princípios de justiça, igualdade e seriedade, que para todos, sejam administradores ou operários, agentes ou oficiais, o esforço é transversal. Mas não pode continuar com o discurso de um País que precisa de todos, quando esse esforço é só para os que já pouco podem contribuir. Não pode permitir que os dirigentes de instituições públicas continuem a gozar de todos os privilégios, que em nada contribuem para o interesse público. Como não pode aceitar que muitos dos responsáveis dessas instituições utilizem dinheiro público para renovar o mobiliário de casas que o Estado lhes atribui ou que usufruam de viaturas pagas pelo erário público para uso particular. Se o esforço é para todos, que o seja, mas que se inicie pelo supérfluo.

Paulo Rodrigues, Presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia

clip_image002 Crónica semanal no Jornal Correio da Manhã

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